Your browser doesn't support javascript.
loading
Show: 20 | 50 | 100
Results 1 - 20 de 32
Filter
1.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 28(9): 2511-2517, Sept. 2023.
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1505959

ABSTRACT

Resumo O presente ensaio tem o intuito de problematizar as iniquidades em saúde, a partir da análise da violência obstétrica direcionada às mulheres negras. Pressupomos que o racismo institucional é chave interpretativa importante para compreender a dinâmica de violências raciais. Adotamos como metodologia, para evidenciar o racismo enfrentado cotidianamente por mulheres negras nos serviços de saúde, a análise descritiva de duas reportagens publicadas no site do G1. Constatamos que o racismo é (re)produtor de negação de direitos, do não acesso aos serviços de saúde, da produção da morte e da não efetivação do Bem Viver para as famílias negras, e isso vem sendo colocado através da produção e reprodução do sofrimento, da violência e do racismo em suas mais diversas expressões. Nessa dinâmica, a efetivação da Política Nacional de Saúde Integral da população negra é mecanismo importante de enfrentamento ao racismo em saúde.


Abstract This essay debates health inequalities by analyzing obstetric violence directed at Black women. We assume that institutional racism is an important interpretive key to understanding the dynamics of racial violence. We adopted the descriptive analysis of two stories published on the G1 website as a methodology to highlight the racism faced daily by Black women in health services. We found that racism (re)produces the denial of rights, non-access to health services, production of death, and non-realization of Good Living for Black families, and this is evidenced by producing and reproducing suffering, violence, and racism in its most diverse expressions. In this dynamic, implementing the National Comprehensive Health Policy for the Black population is an important mechanism for confronting racism in health.

2.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e246660, 2023.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1422419

ABSTRACT

Objetivamos reconstruir, por meio das vozes de mães de jovens negros mortos em ações policiais, a subtração da vida de seus filhos em contínuas políticas que precarizavam suas existências ao negar-lhes direitos básicos e cidadania. Participaram desta pesquisa seis mães. As conversas com elas, após cuidadosa aproximação, se iniciaram com a pergunta disparadora: "Como você gostaria de contar a história do seu filho?". Para subsidiar nossas análises, tomamos como centrais a articulação teórica e política das noções de genocídio negro e de necropolítica. Este artigo evidencia que, entre o nascimento e a interrupção da vida por balas que atravessam o corpo como um alvo predestinado, o racismo constrói trilhos de precarização da vida que a torna cada vez mais abjeta, vulnerável e descartável, conduzindo à morte precoce, ainda que preveníveis, de jovens negros, principalmente, residentes em periferias e favelas. Nesta discussão, fomentamos uma visão menos compartimentalizada das múltiplas políticas genocidas, trazendo para o diálogo outras políticas públicas, para além da segurança pública. Abordamos um continuum de produção e legitimação de mortes de jovens negros, centrando nossas análises nas formas de apagamento social e institucional desses jovens, que ocorreram anteriormente à morte física, de modo a desqualificar suas vidas. Esses processos contribuem para que a política de segurança pública extermine vidas de jovens negros sem causar ampla comoção social, a devida investigação criminal e, portanto, a responsabilização do Estado, pois já eram vidas mutiladas e desumanizadas em suas existências.(AU)


We aim to reconstruct, with the voices of mothers of young black people killed in police actions, the subtraction of their children's lives in continuous policies that undermined their existence by denying them basic rights and citizenship. Six mothers participated in this research. The conversations with them, after a careful approach, began with the triggering question: "How would you like to tell your child's story?". To support our analyses, we take as central the theoretical and political articulation of the notions of black genocide and necropolitics. This article shows that, between the birth and the interruption of life by bullets that pass through the body as a predestined target, racism builds trails of precariousness of life that makes it increasingly more abject, vulnerable, and disposable, leading to premature death, even if preventable, of young black people, mainly, living in suburbs and slums. In this discussion, we foster a less compartmentalized view of multiple genocidal policies, bringing to the dialogue other public policies, in addition to public safety. We approach a continuum of production and legitimization of deaths of young black people, centering our analysis on the forms of social and institutional erasure of these young people, which occurred before physical death, to disqualify their lives. These processes contribute to the public security policy to exterminate the lives of young black people without causing widespread social upheaval, due criminal investigation, and, thus, the accountability of the State, since they were already mutilated and dehumanized lives in their existence.(AU)


El objetivo de este artículo es reconstruir, a través de las voces de las madres de jóvenes negros asesinados en acciones policiales, la sustracción de la vida de sus hijos en políticas continuas que socavaron su existencia al negarles derechos básicos y ciudadanía. Seis madres participaron en esta investigación. Las conversaciones con estas madres, después de un enfoque cuidadoso, comenzaron con la pregunta desencadenante: "¿Cómo le gustaría contar la historia de su hijo?". Para apoyar el análisis, se tomó como eje central la articulación teórica y política de las nociones de genocidio negro y necropolítica. Este artículo muestra que, entre el nacimiento y la interrupción de la vida por balas que atraviesan el cuerpo como fin predestinado, el racismo construye senderos de precariedad de la vida que la hace cada vez más abyecta, vulnerable y desechable, conduciendo a una muerte prematura, incluso prevenible, de jóvenes negros, principalmente, residentes en la periferia y favelas. Esta discusión fomenta una visión menos compartimentada de múltiples políticas genocidas, llevando al diálogo otras políticas públicas, además de la seguridad pública. Se acerca a un continuo de producción y legitimación de muertes de jóvenes negros, centrando el análisis en las formas de borrado social e institucional de estos jóvenes, ocurridas antes de la muerte física, para descalificar sus vidas. Tales procesos contribuyen a la política de seguridad pública para exterminar la vida de los jóvenes negros sin provocar un gran revuelo social, la debida investigación criminal y, en consecuencia, la rendición de cuentas del Estado, pues ya eran vidas cuya existencia era mutilada y deshumanizada.(AU)


Subject(s)
Humans , Female , Public Policy , Women , Adolescent , Racism , Genocide , Prejudice , Psychology , Scapegoating , Social Justice , Social Problems , Social Support , Socioeconomic Factors , Sociology , Violence , Child Labor , Emergency Feeding , Unified Health System , Brazil , Bereavement , Illicit Drugs , Child Advocacy , Nutrition Policy , Colonialism , Statistics , Criminal Law , Hazards , Adolescent Health , Whistleblowing , Dehumanization , Disasters , Educational Status , Employment , Ethics , Fear , Social Stigma , Social Discrimination , Enslavement , Underage Drinking , Help-Seeking Behavior , Political Activism , Academic Failure , Freedom , Disgust , Respect , Empowerment , Social Vulnerability , Citizenship , Homicide , Human Rights , Income , Anger , Loneliness , Mothers
3.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e249674, 2023. tab
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1422407

ABSTRACT

Este artigo teve como objetivo compreender, a partir de uma análise fenomenológica, o impacto do racismo sobre vivências de mulheres negras. Foram analisados relatos escritos por mulheres que se autodeclaravam negras encontrados em sites e blogs da internet. Esta pesquisa qualitativa fenomenológica foi inspirada na proposta filosófica de Edmund Husserl, consistindo na elaboração de uma narrativa síntese que resumiu os elementos essenciais das vivências dessas mulheres. Os resultados possibilitaram compreender que as experiências de racismo vivenciadas por mulheres negras têm início na infância e as acompanham ao longo de toda a vida, causando impactos sobre sua saúde mental. A insatisfação em relação ao cabelo natural e a cor da pele surgem como sinais concretos de recusa da identidade negra; enquanto o processo de tomada de consciência, reconhecimento e aceitação da negritude impulsionam a autoaceitação e a construção de uma nova identidade como mulher negra. A troca de experiências com outras pessoas negras sobre racismo favoreceu o reconhecimento da negritude. Conclui-se que o suporte emocional de pessoas que vivenciam o mesmo tipo de sofrimento social pode ser de grande relevância no processo de superação, assim como os processos de intervenção psicológica quando pautados por atitudes de empatia e aceitação. Nesse sentido, a formação de psicólogos deve incluir conteúdos e práticas que abordem o tema do racismo como parte da realidade social.(AU)


This article aimed to understand, based on qualitative research, the impact of racism on Black women's experiences. To this end, accounts authored by women who self-identify as Black, found on websites and internet blogs were used as data sources. The phenomenological analysis of data was based on Edmund Husserl's philosophical proposal, and consisted of a narrative synthesis that summed the essential elements of these women's experiences. Results of this research enabled the understanding that experiences of racism, lived by Black women, start during childhood and accompany them throughout their lifetime, impacting their mental health. Dissatisfaction with their natural hair and skin color appear as concrete signs of turning down their Black identity; sharing their experiences with other Black people about racism helps them recognize their Blackness. The process of awareness, recognition and acceptance of Blackness drive them to self-acceptance and the construction of an identity that integrates their condition as Black women. We conclude that the emotional support given by people who live similar social suffering can be essential to the process of overcoming it, as should be the process of psychological intervention, when founded on attitudes of comprehensive empathy and acceptance. In this regard, we suggest that psychologists' education include both courses and practice that encompass the theme of racism as part of our social reality.(AU)


Este artículo tuvo como objetivo comprender, a partir de una investigación cualitativa, el impacto del racismo en las experiencias de las mujeres negras. Fueron utilizados relatos escritos por mujeres que decían ser negras como fuentes de datos, en sitios de Internet y blogs. El análisis fenomenológico de los datos se realizó a partir de la propuesta filosófica de Edmund Husserl y consistió en la construcción de una narrativa síntesis que presentaba los elementos esenciales de las vivencias de estas mujeres. Los resultados permitieron comprender que las experiencias de racismo, vividas por las mujeres negras, comienzan en la infancia y las acompañan a lo largo de la vida, con un impacto en la salud mental. La insatisfacción con el color natural del cabello y la piel aparece como signos concretos de rechazo a la identidad negra; el intercambio de experiencias con otros negros sobre el racismo favorece el reconocimiento de la negritud. El proceso de toma de conciencia, reconocimiento y aceptación de la negritud impulsa la autoaceptación y la construcción de una identidad que integra la condición de la mujer negra. Se concluye que el apoyo emocional que brindan las personas que experimentan el mismo tipo de sufrimiento social puede ser de gran relevancia en el proceso de superación, así como los procesos de intervención psicológica, cuando se guían por actitudes de comprensión y aceptación empáticas. En este sentido, se sugiere que los cursos de formación para psicólogos incluyan contenidos y prácticas que aborden el tema del racismo como parte de la realidad social.(AU)


Subject(s)
Humans , Female , Psychological Phenomena , Black or African American , Mental Health , Racism , Learning , Poverty , Prejudice , Psychology , Public Policy , Rabies , Self Concept , Social Isolation , Socioeconomic Factors , Violence , Wounds and Injuries , Child Welfare , Women's Health , Adolescent , Sexuality , Feminism , Cultural Deprivation , Personal Autonomy , Narration , Human Characteristics , Ego , Emotions , Employment , Social Stigma , Social Marginalization , Physical Appearance, Body , Defamation , Blog , Political Activism , Social Oppression , Social Privilege , Androcentrism , Freedom , Internet Access , Sadness , Respect , Gender Identity , Empowerment , Social Comparison , Social Status , Socioeconomic Disparities in Health , Life Change Events , Loneliness , Mass Media
4.
Psicol. soc. (Online) ; 35: e277038, 2023.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1521420

ABSTRACT

Resumo O trabalho tem como objetivo discutir a importância da inclusão de autoras negras em produções da Psicologia Social e da Teoria Crítica, enquanto um estudo de produção de memória e ciência. Colocamos em cena Carolina Maria de Jesus e as poetas do slam narrando um Brasil a partir das margens, de resistência contra o epistemicídio e oposição a ideias pré-concebidas sobre a nossa história. Para a construção da narrativa, em diálogo com os diários de Carolina e com as poesias das mulheres do slam, estão autores da Teoria Crítica, da Psicologia Social e do Feminismo Negro. Fazemos uso da interseccionalidade como uma lente de análise das experiências narradas pelas autoras, compreendendo o entrecruzamento entre raça, classe, gênero e outras opressões como aspectos que constituem não apenas as singularidades que se mostram em suas histórias de vida, mas também os elementos que as fazem orbitar enquanto uma identidade coletiva brasileira.


Resúmen El trabajo tiene como objetivo discutir la importancia de la inclusión de autoras negras en las producciones de Psicología Social y Teoría Crítica, como trabajo de producción de memoria y ciencia. Pusimos en escena a Carolina María de Jesús y las poetas del slam narrando un Brasil desde los márgenes, de resistencia al epistemicidio y oposición a las ideas preconcebidas sobre nuestra historia. Para la construcción de la narrativa, en diálogo con los diarios de Carolina y la poesía de las mujeres del slam, se cuenta con autoras de la Teoría Crítica, la Psicología Social y el Feminismo Negro. Usamos la interseccionalidad como lente de análisis de las experiencias narradas por los autores, entendiendo la intersección entre raza, clase, género y otras opresiones como aspectos que constituyen no solo las singularidades que se muestran en sus historias de vida, sino también en los elementos que orbitan. como identidad colectiva brasileña.


Abstract The work aims to discuss the importance of including black women in productions of Social Psychology and Critical Theory, as a study of production of memory and science. We put Carolina Maria de Jesus and Slam poets on stage narrating a Brazil from the margins, of resistance against epistemicide and of opposition to preconceived ideas about our history. In dialogue with Carolina's diaries and the Slam women, authors from Critical Theory, Social Psychology, and Black Feminism build the narrative. We use intersectionality as a lens for analyzing the experiences narrated by the authors, understanding the intersection between race, class, gender, and other oppressions as aspects that constitute not only the singularities that are shown in their life stories but also in the elements that orbit as a Brazilian collective identity.


Subject(s)
Black People , Intersectional Framework
5.
Serv. soc. soc ; 146(1): 97-117, 2023. tab
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1424627

ABSTRACT

Resumo: Este artigo objetiva analisar as manifestações do racismo institucional no cotidiano de trabalho de servidoras públicas negras da carreira técnica em uma universidade federal brasileira. O pano de fundo da pesquisa foi a implementação da Lei n. 12.990/2014, que determinou as cotas para negros/as nos concursos públicos. Percebemos que as trabalhadoras negras são atravessadas de diversas formas pelo racismo institucional, sobretudo porque as suas presenças são invisibilizadas na universidade.


Abstract: This article aims to analyze the manifestations of institutional racism in the daily work of black women civil servants in the technical career at a Brazilian federal university. The background of the research was the implementation of Law n. 12,990/2014, which determined racial quotas for black people in public tenders. We realize that black working women are crossed in different ways by institutional racism, especially because their presences are made invisible in the university.

6.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 22(4): 1479-1498, dez. 2022.
Article in English, Spanish, Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1428528

ABSTRACT

A relação entre racismo, subjetividade e o trauma colonial tem, cada vez mais, ocupado os debates no campo dos estudos e pesquisas em Psicologia. Este artigo tem como foco os processos de subjetivação, levando em consideração a relação entre racismo, gênero e o trauma colonial, bem como as agências possíveis que emergem nas vidas das mulheres negras ativistas. Adotando a interseccionalidade enquanto lente epistemológica e metodológica negra, os discursos e práticas de mulheres que fazem parte do Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro assumem aqui o protagonismo, compondo um espaço perpassado por agências políticas de re-existência e reivindicação de falas, escutas e ações de mulheres negras. Pode-se considerar, a partir da atuação no Fórum, que a consciência e a participação em uma instituição coletiva política feminina negra atuam como forças impulsionadoras, tanto em espaços públicos, pressionando o poder do Estado, quanto formando as mulheres negras nos/para espaços microcapilares e cotidianos. Foi possível perceber como a agência das mulheres negras possibilita formas de devolver o trauma colonial ao mundo através de uma mística quilombola coletiva pelo bem viver.


The relationship between racism, subjectivity and colonial trauma has increasingly been debated in the field of studies and research in Psychology. This paper focuses on the processes of subjectivation, taking into account the relationship between racism, gender, and colonial trauma, as well as the possible agencies that emerge in the lives of black women activists. We adopt intersectionality as a black epistemological and methodological lens. The discourses and practices of women who are part of the State Forum of Black Women of Rio de Janeiro assume the leading role in this study, creating a space permeated by political agencies of re-existence and demand for black women's voices, listening, and actions. It can be considered, from the performance in the forum, that consciousness and participation in a collective black female political institution act as a driving force both in public spaces, as pressure on the power of the State, as well as preparing black women for microcapillary and everyday spaces. Therefore, it was possible to perceive how the agency of black women can return the colonial trauma to the world through a collective mystic quilombola for "good living".


La relación entre racismo, subjetividad y trauma colonial ha ocupado cada vez más los debates dentro del campo de estudios y investigaciones en Psicologia. Este artículo tiene por foco los procesos de subjetivación, tomando en cuenta la relación entre racismo, género y trauma colonial, así como las agencias críticas posibles que emergen en la vida de las mujeres negras activistas. Tomando la interseccionalidad como lente epistemológica y metodológica negra, los discursos y prácticas de mujeres que hacen parte del Fórum Estadual de Mujeres Negras de Rio de Janeiro asumen aquí el protagonismo, formando un espacio, permeado por agencia política de re-existencia y reivindicación de palabras, escuchas y acciones de mujeres negras. Se puede considerar a partir de la actuación en el Fórum que la consciencia y participación en una institución colectiva política femenina negra, actúan como fuerzas impulsoras tanto en espacios públicos, presionando el poder del Estado, así como formando mujeres negras en y para espacios microcapilares y cotidianos. Fue posible percibir como la agencia crítica de mujeres negras posibilita formas de devolver el trauma colonial al mundo a través de una mística cimarrona colectiva por el bien vivir.


Subject(s)
Humans , Female , Women , Colonialism , Black People , Racism , Political Activism , Gender Identity , Brazil , Intersectional Framework , Quilombola Communities , Life Change Events
7.
Rev. psicol. polit ; 22(54): 394-413, maio-ago. 2022. ilus
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1450353

ABSTRACT

Este estudo objetiva resgatar e analisar os processos de luta pelo reconhecimento das comunidades quilombolas do RN, com destaque ao processo de constituição das mulheres como lideranças políticas e comunitárias. Para tanto, realizamos observação participante e entrevistas semiestruturadas com 07 mulheres lideranças durante o Encontro das Comunidades Quilombolas do RN, em 2018. As entrevistas foram transcritas na íntegra e procedemos a análise de conteúdo, na modalidade Análise Temática. Os resultados revelam obstáculos institucionais ao processo de reconhecimento, às precárias condições de vida e de acesso às políticas públicas, à fragilidade do apoio comunitário, racismo, sexismo, à sobreposição das funções doméstica, agrícola e comunitária. Assim, para as mulheres encampar a luta quilombola representa uma dupla batalha: de um lado, o reconhecimento da própria comunidade como quilombola; e, de outro, o reconhecimento de seu lugar enquanto mulheres negras, produzindo enfrentamentos às opressões de gênero e ao racismo nas suas diversas expressões.


This study aims to rescue and analyze the processes of struggle for the recognition of quilombola communities in Rio Grande do Norte, with emphasis on the process of constitution of women as political and community leaders. To this end, we carried out participant observation and semi-structured interviews with 07 women leaders during the Meeting of Quilombolas Communities of RN, in 2018. The interviews were transcribed in full and we proceeded to content analysis, using Thematic Analysis modality. The results reveal institutional obstacles to the recognition process, the precarious living conditions and access to public policies, the fragility of community support, racism, sexism, the overlapping of domestic, agricultural and community functions. Thus, for women to take up the quilombola struggle represents a double battle: on the one hand, the recognition of the community itself as quilombola; and, on the other hand, the recognition of their place as black women, producing confrontations with gender oppression and racism in its various manifestations.


Este estudio tiene como objetivo rescatar y analizar los procesos de lucha por el reconocimiento de las comunidades quilombolas de RN, con énfasis en el proceso de constituir a las mujeres como líderes políticos y comunitarios. Para esto, llevamos a cabo una observación participante y entrevistas semiestructuradas con 07 mujeres líderes durante la Reunión de Comunidades de Quilombolas de RN, en 2018. Las entrevistas se transcribieron en su totalidad y se procedió al análisis de contenido, en la modalidad de Análisis temático. Los resultados revelan los obstáculos institucionales para el reconocimiento, las precarias condiciones de vida y de acceso a las políticas públicas. La fragilidad del apoyo mutuo, el racismo, el sexismo, y la superposición de las funciones domésticas, agrícolas y comunitarias. Por lo tanto, para las mujeres asumir la lucha quilombola representa una doble batalla: por un lado, el reconocimiento de la comunidad misma como quilombola; y, por otro, el reconocimiento de su lugar como mujeres negras, produciendo confrontaciones con la opresión de género y el racismo en sus expresiones más diversas.

8.
Rev. psicol. (Fortaleza, Online) ; 13(2): 168-183, jul./dez. 2022.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1379088

ABSTRACT

Propostas de promoção de empoderamento, que visam maximizar as possibilidades de ação no ambiente de vida, podem contribuir para a mudança dessa realidade ao aumentar as chances de alcançar acesso mais igualitário a recursos que favorecem condições dignas de vida, garantias de direitos, bem-estar e saúde. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi investigar, a partir da visão das participantes, elementos que podem funcionar como mecanismos favorecedores de empoderamento para as mulheres negras. Participaram do estudo 23 mulheres de três estados brasileiros. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas e a análise do material se deu por meio de Análise Temática, baseada em uma compreensão multidimensional de empoderamento. Os resultados apontam os mecanismos de empoderamento de mulheres negras localizados em três níveis de análise micro/pessoal, meso/comunitário e macro/social. Isso vai ao encontro de abordagens que compreendem o conceito a partir de uma perspectiva multidimensional e ressalta a importância de não se adotar apenas um foco individual. Os achados do estudo apontam ainda elementos que remetem a vivências interseccionadas por raça, gênero e classe.


Proposals to foster empowerment, aiming to increase people's possibilities of taking action in their living environment, may contribute to change this reality by increasing the chances for more equalitarian access to resources favoring more dignifying living conditions, the guarantee of rights, health and welfare. Thus, the goal of this study was to investigate, beginning from the participants' point of view, elements that could work as black women empowerment mechanisms. 23 women from three Brazilian states took part in the study. Data was collected through interviews with an open question and a sociodemographic questionnaire. The material analysis was performed using Thematic Analysis based on a multidimensional understanding of empowerment. The results point to black women empowerment mechanisms in three levels of analysis: micro/personal, meso/community, and macro/social levels. This is in accordance with approaches which understand the aforementioned concept by means of a multidimensional perspective, also emphasizing the importance of not using an individual focus, solely. The study findings also indicate elements which refer to intersectional experiences of race, gender and class.


Subject(s)
Women , Empowerment , Racial Groups , Intersectional Framework
9.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 22(2): 505-522, jun. 2022.
Article in English, Spanish, Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1428847

ABSTRACT

O presente artigo pretende discutir, a partir do livro Insubmissas Lágrimas de Mulheres, de Conceição Evaristo (2016), os modos de existência e as brechas de resistência que se mostram possíveis na vida das personagens protagonistas dos contos: Isaltina Campo Belo, Shirley Paixão, Lia Gabriel e Maria do Rosário Imaculada dos Santos. A escolha desses contos pautou-se na identificação das encenações em que as vozes narrativas das mulheres protagonistas relatam as experiências e os enfrentamentos de diversas formas de violências em contextos de vulnerabilidade. Percorrendo os exercícios de escrevivência realizados por Evaristo, que nos permitem acesso a experiências reais ficcionalizadas das mulheres pobres, negras e periféricas silenciadas no cotidiano brasileiro, discute-se os modos de ser dessas mulheres diante das condições de vulnerabilidade e exposição à violência. Além disso, compreende-se que tais modos de subjetivação não se referem somente à sujeição e ao silenciamento, mas também dizem respeito a práticas de liberdade e movimentos de resistência. Sendo assim, as narrativas, ao mesmo tempo em que denunciam a vulnerabilidade dessas mulheres, também as distanciam da estigmatização dessas existências, afirmando a singularidade da vida e os enfrentamentos diante das situações de violência.


This article proposes a discussion based on the short stories of Insubmissas Lágrimas de Mulheres (Insubmissive Tears of Women, 2016), written by Conceição Evaristo, about depictions of possible modes of existence as well moments of resistance in its women protagonists' lives: Isaltina Campo Belo, Shirley Paixão, Lia Gabriel and Maria do Rosário Imaculada dos Santos. The short stories were chosen by identifying, through protagonists' narratives voices, the remembrance of experiences tackling various forms of violences within vulnerability contexts. Though these narratives of escrevivência, as named by Evaristo, which grants us access to fictionalized real-life experiences of poor and black women from outlying ghettos that are silenced in Brazilian daily life, we discuss these women's ways of being in the face of vulnerable conditions and exposure to violence. Furthermore, this article comprehended that such modes of subjectivation do not refer exclusively to subjection and silencing, but also to practices of freedom and movements of resistance. Thus, the narratives called out these women's vulnerability as much as it also distances them from the stigmatization of their existences, affirming the singularity of these individual lives and their confrontation of violent situations.


Este artículo pretende discutir, a partir del libro Insubmissas Lágrimas de Mulheres, de Conceição Evaristo (2016), modos de existencia y brechas de resistencia que son posibles en la vida de los personajes protagonistas de los cuentos: Isaltina Campo Belo, Shirley Paixão, Lia Gabriel y Maria do Rosário Imaculada dos Santos. La elección de estos cuentos se pauta en identificar las escenificaciones en que las voces narrativas de las mujeres protagonistas relatan experiencias y enfrentamientos de diversas formas de violencia en contextos de vulnerabilidad. Por intermedio de ejercicios de escrevivência realizados por Evaristo, que nos permiten acceso a experiencias reales pese a ficción de estas mujeres pobres, negras y periféricas silenciadas en el cotidiano brasileño, se discute sus modos de ser ante las condiciones de vulnerabilidad y exposición a la violencia. Además, se entiende que tales modos de subjetivación no se refieren solamente a la sujeción y el silenciamiento, sino que también se refieren a las prácticas de libertad y movimientos de resistencia. Así, las narrativas, al mismo tiempo en que denuncian la vulnerabilidad de esas mujeres, las alejan de la estigmatización de esas existencias, afirmando la singularidad de la vida y los enfrentamientos ante de las situaciones de violência.


Subject(s)
Humans , Female , Women , Black People , Exposure to Violence , Social Vulnerability , Life Change Events , Personal Narrative
10.
Psicol. ciênc. prof ; 42: e235483, 2022. graf
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1360642

ABSTRACT

A presente produção versa sobre as consequências do racismo na saúde mental das mulheres negras integrantes do Movimento de Mulheres Dandara do Sisal (MMNDS), atuante no Território do Sisal, na Bahia. A intersecção de raça e gênero fomentou a organização do movimento, já que o gênero influi no racismo e a cor, no machismo; além do fato de as mulheres negras serem alvos de racismo e sexismo desde o período da escravização. A abordagem metodológica utilizada foi a descritiva-qualitativa, cujos métodos de coleta de dados foram entrevistas semiestruturadas com seis mulheres negras e observação participante de ações e atividades do movimento Dandara do Sisal. As entrevistadas relataram o racismo, a discriminação e o preconceito raciais que sofreram em suas trajetórias em diferentes espaços e instituições sociais: família, escola, universidade/faculdade, mercado de trabalho, dispositivos de saúde pública etc. Ser vítima de tais violências reflete negativamente na identidade negra, autoestima, subjetividade e saúde mental das atrizes sociais. Elas descreveram o sofrimento psíquico da exclusão social e a importância de estarem em movimento como estratégias de fortalecimento mental e enfrentamento ao racismo. Entende-se a Psicologia, enquanto ciência e profissão, como importante na luta antirracista, pois as consequências deletérias do racismo ameaçam a saúde mental e as subjetividades das mulheres e população negras.(AU)


This article discusses the consequences of racism on the mental health of black women members of the Dandara of Sisal Black Women Movement (MMNDS), which acts in the territory of Sisal, Bahia. The intersection of race and gender has fostered the movement's creation due to the gender impacting racism and the race affecting the sexism; as well as the fact that black women are victim of racism and sexism since the period of slavery. The methodological approach was qualitative and descriptive, with data collection methods by semi-structured interviews with six black women activists and participant observation of the Dandara of Sisal movement actions and activities. The women reported the racism, racial discrimination and prejudice that they suffered in their lives in different spaces and social institutions: family, school, university, job market, public health mechanisms etc. Being victim of such violence reflects negatively on the black identity, self-esteem, subjectivity, and mental health of these social actresses. They described the psychic suffering of social exclusion and the importance of being in the movement as strategies for mental empowerment and fight against the racism. Psychology is understood, as science and profession, as important in the anti-racist cause, since the deleterious effects of racism threaten the mental health and the subjectivity of black women and people.(AU)


Este texto se centra en las consecuencias del racismo en la salud mental de las mujeres negras miembros del Movimiento de Mujeres Negras Dandara do Sisal (MMNDS) que actúan en el Territorio do Sisal, en Bahía (Brasil). La intersección entre raza y género ha fomentado la organización del movimiento, ya que el género influye en el racismo, y el color en el machismo, además de que las mujeres negras han sido objeto de racismo y sexismo desde el período de la esclavitud. El enfoque metodológico utilizado fue descriptivo y cualitativo, para la recolección de datos se aplicaron entrevistas semiestructuradas con seis mujeres negras y la observación participante de acciones y actividades del movimiento Dandara do Sisal. Las entrevistadas denunciaron racismo, discriminación y discriminación racial, que sufrieron en sus trayectorias en diferentes espacios e instituciones sociales: familia, escuela, universidad/colegio, mercado laboral, dispositivos de salud pública, etc. Ser víctima de este tipo de violencia refleja negativamente en la identidad negra, la autoestima, la subjetividad y la salud mental de las actrices sociales. Las militantes describieron el sufrimiento psíquico de la exclusión social y la importancia de estar en un colectivo como estrategia para el fortalecimiento mental y la lucha contra el racismo. Se entiende que la Psicología, mientras ciencia y profesión, es importante en la lucha antirracista, ya que las consecuencias nocivas del racismo amenazan la salud mental y las subjetividades de las mujeres negras y la población negra.(AU)


Subject(s)
Humans , Female , Women , Mental Health , Black People , Racism , Psychology , Socioeconomic Factors , Violence , Family , Color , Feminism , Sexism , Social Discrimination , Enslavement , Androcentrism , Empowerment
11.
RECIIS (Online) ; 15(2): 294-300, abr.-jun. 2021. ilus
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1254582

ABSTRACT

Esta nota discute a ausência dos quesitos cor/raça e gênero nos boletins epidemiológicos da Covid-19 e como essa omissão está articulada ao modo como se operacionaliza o racismo no Brasil. Coloca-se em evidência a apropriação da identidade racial e de gênero por alguns estados brasileiros que ganharam visibilidade midiática, como sendo solidários, ao iniciarem a campanha de vacinação com mulheres negras, grupo social mais vulnerável. É o jogo da dissimulação, em que se evidencia a raça/gênero na aparência, embora essas variáveis não sejam consideradas no enfrentamento da pandemia.


This note discusses the non-inclusion of information about color/race and gender in Covid-19 epidemiological reports and how this omission is related to the way that the racism is operated in Brazil. It highlights the racial and gender identity appropriation by some Brazilian states, which have gained media visibility as sympathetic governments to Black women, by starting the vaccination campaign with them, an extremely vulnerable social group. It is like a confidence trick, in which race and gender are in the spotlight, although these features are not considered in the fight against the pandemic.


Esta nota discute la ausencia de las informaciones sobre cor/raza y género en los boletines epidemiológicos de la Covid-19 y como esa omisión se encuentra articulada al modo en que se opera el racismo en Brasil. Destaca la apropiación de la identidad racial y de género por parte de algunos estados brasileños que han ganado visibilidad mediática, vistos como solidarios, puesto que han iniciado la campaña de vacunación con algunas mujeres negras, el grupo social más vulnerable. Es el juego del disimulo, por lo cual es evidenciada la raza/género en la apariencia, sin embargo esas variables no sean tenidas en cuenta en el enfrentamiento a la pandemia.


Subject(s)
Humans , Socioeconomic Factors , Color , Coronavirus Infections , Racism , Gender Identity , Brazil , Direct-to-Consumer Advertising , Health of Ethnic Minorities
12.
Movimento (Porto Alegre) ; 27: e27006, 2021. tab, graf
Article in English, Portuguese | LILACS | ID: biblio-1154951

ABSTRACT

The field of research on women's football has grown in Brazil in the past two decades. However, there is still a gap related to how class and race intersect gender in the constitution of that practice. To fill this gap, we analyzed the 2015 National Household Sample Survey's Special Sports Supplement, based on descriptive and inferential statistics. We describe the profiles of women who play football in contemporary Brazil and compare them to those of men and other women who play sports other than football. Our results indicate that, in comparison to what occurs with women who practice sports in general, class and race have the opposite impact on adherence to football. The majority of women who practice football come from the lower classes and are black. By indicating this relationship, we demonstrate the need to promote racial equality, diversity, and inclusion of black women's football narratives in Brazil.


El campo de investigación sobre el fútbol de mujeres ha crecido en Brasil en las últimas dos décadas. Sin embargo, todavía existe una laguna sobre cómo marcadores sociales, como clase y raza, tienen intersección con el género en la constitución de esta práctica. Para subsanar esa falta, analizamos, con base en estadística descriptiva e inferencial, el suplemento especial sobre deporte de la PNAD 2015. Así, describimos el perfil de las mujeres que juegan al fútbol en el Brasil contemporáneo y lo comparamos con relación a los hombres y a las demás mujeres que practican deportes distintos al fútbol. Nuestros resultados indican que, en comparación con lo que ocurre con las mujeres que practican deportes en general, clase y raza impactan de manera opuesta cuando se trata del fútbol. La mayoría de las mujeres que practican el fútbol provienen de clases bajas y son negras. Al señalar esta relación, demostramos la necesidad de ennegrecer las narrativas sobre el fútbol femenino en Brasil.


O campo de pesquisas sobre o futebol de mulheres cresceu no Brasil nas últimas duas décadas. Contudo, há ainda uma lacuna sobre como marcadores sociais, como classe e raça, interseccionam o gênero na constituição dessa prática. Para preenchê-la, analisamos, com base em estatística descritiva e inferencial, o suplemento especial sobre esporte da PNAD de 2015. Assim, descrevemos o perfil das mulheres que jogam futebol no Brasil contemporâneo e o comparamos em relação aos homens e às demais mulheres que praticam esportes diferentes do futebol. Nossos resultados apontam que, em comparação ao que ocorre com mulheres que praticam esporte em geral, classe e raça impactam de forma oposta na adesão ao futebol. A maioria das mulheres que pratica o futebol advém de classes mais baixas e é negra. Ao indicar esta relação, demonstramos a necessidade de enegrecer as narrativas sobre o futebol de mulheres no Brasil.


Subject(s)
Humans , Female , Soccer , Women , Black People , Sports , Racism
13.
Psicol. soc. (Online) ; 33: e224920, 2021. tab
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1279593

ABSTRACT

Resumo Transição capilar é o processo de abdicação de alisamentos químicos ou físicos dos cabelos, reassumindo suas texturas naturais. A presente pesquisa, de natureza qualitativa, visou a investigar a construção dos sentidos de identidade em mulheres negras que passaram pela transição capilar. Participaram do estudo 12 mulheres negras com idades compreendidas entre 18 e 34 anos. Para a coleta de dados foram utilizadas entrevistas semiestruturadas que foram analisadas através da análise de posicionamento. A transição capilar mudou a forma de posicionamento em relação a si, ao cabelo, à sociedade e à construção da autoimagem. Além de elucidar o processo de reafirmação identitária das interlocutoras, o estudo fomenta a discussão do racismo na sociedade brasileira, ao tratar da desvalorização da estética negra e, por conseguinte, do enaltecimento da branquitude.


Abstract Hair transition is the process of abdicating chemical or physical hair straightening, resuming its natural textures. This qualitative research aimed at investigating the construction of the meanings of identity in black women who went through the hair transition. Twelve black women between the ages of 18 and 34 participated in the study. For the data collection, semi-structured interviews were used and analyzed through the positioning analysis. Hair transition has changed the way of positioning towards itself, hair, society and the construction of self-image. In addition to elucidating the identity affirmation process of the interviewees, the study instigates the discussion of racism in Brazilian society, by dealing with the devaluation of black aesthetics and, therefore, the praise of whiteness.


Resumen La transición capilar es el proceso de abdicar del alisado químico o físico del cabello, retomando sus texturas naturales. La presente investigación, de carácter cualitativo, tuvo como objetivo investigar la construcción de los significados de la identidad en mujeres negras que atravesaron la transición capilar. Participaron del estudio doce mujeres negras de entre 18 y 34 años. Para la recolección de datos se utilizaron entrevistas semiestructuradas, las cuales fueron analizadas mediante análisis de posicionamiento. La transición capilar cambió la forma de posicionamiento en relación con una misma, el cabello, la sociedad y la construcción de la autoimagen. Además de dilucidar el proceso de afirmación identitaria de las interlocutoras, el estudio fomenta la discusión del racismo en la sociedad brasileña, al abordar la devaluación de la estética negra y, por tanto, el elogio de la blancura.


Subject(s)
Humans , Female , Adult , Women/psychology , Black People , Racism , Social Construction of Ethnic Identity , Hair/growth & development , Self Concept , Esthetics , Personal Narrative
14.
Physis (Rio J.) ; 31(1): e310119, 2021.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1346703

ABSTRACT

Resumo Partindo de uma pesquisa mais ampla sobre as vivências de mulheres negras na assistência ao período gestacional e parto, este artigo aborda alguns aspectos do racismo na rotina de atenção à mulher negra durante este ciclo. Trata-se de uma pesquisa empírica de abordagem qualitativa com mulheres e mães que se autodeclaram negras e antirracistas. Nas narrativas, os pontos apresentados envolviam, na sua maioria, estereótipos associados ao corpo negro construídos sob um imaginário social racista. Nas relações interpessoais, discursos permeados por estereótipos racistas desumanizam a mulher negra, gerando barreiras na sua saúde reprodutiva.


Abstract Starting from a broader research on the experiences of black women in assisting the gestational period and childbirth, this article addresses some aspects of racism in the routine of care for black women during this cycle. This is an empirical research with a qualitative approach with women and mothers who declare themselves black and anti-racist. In the narratives, the points presented involved, for the most part, stereotypes associated with the black body constructed under a racist social imaginary. In interpersonal relationships, speeches permeated by racist stereotypes dehumanize black women, creating barriers in their reproductive health.


Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Prenatal Care , Stereotyping , Black People , Reproductive Rights , Racism , Midwifery , Public Health , Personal Narratives as Topic
15.
Rev. Psicol., Divers. Saúde ; 9(3): 301-313, Nov. 2020. tab
Article in English, Portuguese | LILACS | ID: biblio-1255251

ABSTRACT

OBJETIVO: A morte de jovens negros é o principal resultado da violência urbana. Quando esses jovens morrem deixam os seus familiares, principalmente as mães negras, em um contexto de sofrimento causado por essa perda. Nesse contexto, as mulheres negras desenvolvem formas de enfrentamento para lidar com a dor. OBJETIVO: Analisar formas de enfrentamento de mulheres negras diante do assassinato de seus filhos na capital baiana. MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo documental, realizada em sites que publicaram relatos dessas mulheres entre 2014 a 2019. Os dados foram analisados a partir da análise de conteúdo, com fundamento em Minayo. Para a realização da pesquisa, fez-se o uso de documentos públicos e de acesso livre. RESULTADOS: Foram mapeados oito relatos de mães negras, sendo sete oriundos de jornais online e um em blog. Seus relatos revelam muito sofrimento psíquico, e desvelam contextos marcados por racismo, violências e violação de direitos. Nesse cenário emergiram algumas formas de enfrentamentos como a religiosidade, a busca por justiça e a percepção das mães negras diante do racismo. CONSIDERAÇÕES: Foi possível conhecer a caminhada dessas mulheres que foram atravessadas pela violência e que a partir disso construíram formas de enfrentamento e cuidado. Os resultados apontam para maior necessidade de pesquisas que investiguem mais sobre esse sofrimento e seus desdobramentos na saúde mental dessas mães.


OBJECTIVE: The death of young black people is the main result of urban violence. When these young people die they leave their families, especially black mothers who needs to deal with the pain. OBJECTIVE: To analyze ways of confronting black women in the face of the murder of their children in Salvador. METHOD: This is a qualitative documentary research carried out on websites that published reports of these women between 2014 and 2019. The data were analyzed from content analysis, based on Minayo.To carry out the research, public documents and free access were used. RESULTS: Eight reports of black mothers were mapped, seven from online newspapers and one from blog. These reports reveal much psychic suffering, and reveal contexts marked by racism, violence and violation of rights. In this scenario, some forms of confrontations emerged, such as religiosity, the search for justice and the perception of black mothers in the face of racism. CONSIDERATIONS: It was possible to know the walk of these women who were crossed by violence and and that from this they built ways of coping and care. The results point to a greater need for research that investigates more about this suffering and its consequences in the mental health of these mothers.


Subject(s)
Genocide , Women , Racism
16.
Psicol. ciênc. prof ; 40: e242819, jan.-maio 2020.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1143540

ABSTRACT

Resumo Para compreender o mundo contemporâneo é imprescindível voltar o olhar para a colonização das Américas e a escravização dos povos indígenas e negros, pois esses processos históricos e políticos construíram as estruturas das sociedades modernas. A partir da colonização produziu-se a racialização dos corpos, que estabeleceu uma hierarquia de vida e de morte. Logo, o racismo torna-se a base do direito de matar. O negro é fabricado como insígnia da morte, sendo desumanizado e submetido à violência racial-colonial e também à de gênero. Este ensaio se propõe a tecer reflexões sobre o modo como o racismo modula, e também é modulado, no contexto pandêmico da Covid-19, além de salientar um contínuo histórico de violências raciais que reencenam o passado colonial. Para isso, tomaremos como cerne do debate as experiências das mulheres negras, haja vista que suas posicionalidades nas estruturas de poder permitem observar e analisar as realidades sociais numa perspectiva contra-hegemônica e insurgente. Dispor as experiências das mulheres negras enquanto lócus privilegiado de produção de conhecimento sobre a realidade nacional brasileira alicerça o entendimento das consequências do racismo no tecido social, assim como visibiliza resistências históricas ao Estado genocida.


Abstract Looking back towards the colonization of the Americas and the enslavement of indigenous and black peoples is essential to understand the contemporary world, as these historical and political processes built the structures of modern societies. The colonization produced racialized bodies, establishing a life/death hierarchy. Thus, racism becomes the foundation of the right to kill. The black is manufactured as a death insignia, dehumanized and subjected to racial-colonial violence, as well as of gender. This essay aims to reflect how racism modulates and is modulated in the context of the Covid-19 pandemic, besides highlighting a historical continuum of racial violence that reenact the colonial past. To this end, black women's experiences comprise the core of the debate, as their role within the power structures allow us to observe and analyze social realities from a counter-hegemonic and insurgent perspective. By arranging black women's experiences as a privileged locus of knowledge production on the Brazilian reality, we may understand the consequences of racism based on the social fabric and expose historical resistance to the genocidal state.


Resumen Para entender el mundo contemporáneo es fundamental mirar la colonización de América y la esclavitud de los pueblos indígenas y de los negros, ya que estos procesos históricos y políticos han construido las estructuras de las sociedades modernas. La colonización conllevó la producción de una racialización de los cuerpos que estableció una jerarquía de vida y muerte. Por tanto, el racismo se convirtió en la base del derecho a matar. El negro se fabrica como insignia de la muerte, y es deshumanizado y sometido a violencia racial-colonial y de género. Este ensayo tiene como objetivo reflexionar sobre la forma en que el racismo modula, y también se modula, en el contexto pandémico de Covid-19, además de resaltar una historia continua de violencia racial que recrea el pasado colonial. Para ello, tomaremos las vivencias de las mujeres negras como eje del debate, dado que sus posiciones en las estructuras de poder nos permiten observar y analizar las realidades sociales desde una perspectiva contrahegemónica e insurgente. Disponer de las vivencias de las mujeres negras como un lugar privilegiado de producción de conocimiento sobre la realidad nacional brasileña sustenta la comprensión de las consecuencias del racismo en el tejido social, además de mostrar la resistencia histórica al Estado genocida.


Subject(s)
Humans , Female , Women , Life , Black People , Pandemics , Racism , Genocide , Enslavement , Indigenous Peoples , Societies , Violence , Emblems and Insignia , Coronavirus Infections , History
17.
Saúde Soc ; 29(3): e191003, 2020. tab, graf
Article in Portuguese | LILACS, SES-SP | ID: biblio-1139537

ABSTRACT

Resumo Cerca de 40% da população mundial está acima do peso, sendo a obesidade mais frequente nos estratos com menores rendimentos e tempo de estudo. A relação entre ganho de peso e fatores sociodemográficos é bem documentada, mas poucos pesquisadores buscam associar obesidade com raça/cor. Desta forma, este artigo visa mapear, na literatura científica, a extensão, o alcance e a natureza da relação entre obesidade e raça, por meio de revisão de escopo. As fontes informacionais foram os bancos de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline), Excerpta Medica Database (Embase), Web of Science, Health InterNetwork Access to Research Initiative (Hinari) e Scopus, além da literatura cinza. Foram encontrados 2.526 artigos, permanecendo 10 documentos após eliminadas as duplicatas e aplicados os critérios de inclusão e exclusão. Existe uma relação complexa entre raça, obesidade, nível socioeconômico e gênero, cuja especificidade se dá em função do contexto sócio-histórico. As possíveis explicações para as disparidades raciais na obesidade residem nos efeitos fisiológicos, psicológicos e culturais do estresse devido à discriminação racial. Novos estudos devem ser realizados considerando as diferenças regionais, pois a desigualdade racial, embora aconteça em todos os lugares, assume diferentes formatos.


Abstract About 40% of the world's population is overweight. Obesity is most prevalent among social strata with lower income and education. Although the association between sociodemographic factors and weight gain is well documented, few researchers associated obesity with race/color. This article aims to map the extent, scope, and nature of the association between obesity and race in the scientific literature by conducting a scoping review. Data sources were the Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline), Excerpta Medica Database (Embase), Web of Science, Health InterNetwork Access to Research Initiative (Hinari), and Scopus databases, as well as the gray literature. In total, 2,526 articles were found. After duplicates were excluded and inclusion and exclusion criteria applied, 10 articles remained. Race, obesity, socioeconomic status, and gender are tied into a complex relationship whose specificity lies on the socio-historical context. Racial disparities in obesity may be explained by physiological, psychological, and cultural effects of stress due to racial discrimination. Although racial inequality happens everywhere, it assumes different forms. Considering that, further studies should approach regional differences.


Subject(s)
Women's Health , Racism , Social Determinants of Health , Health of Ethnic Minorities , Obesity
18.
RECIIS (Online) ; 13(4): 707-724, out.-dez. 2019. ilus
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1047501

ABSTRACT

Discutindo sob o viés interseccional, o artigo busca expor a problemática da invisibilidade midiática das mulheres negras youtubers dentro do contexto da cultura participativa. Identificamos e observamos canais de mulheres youtubers a partir do recorte das temáticas do feminismo e empoderamento feminino, e realizamos um estudo descritivo com abordagem quanti-qualitativa, analisando as aproximações e distanciamentos dos canais a partir das categorias de alcance, interação e temática. Conclui-se que as youtubers negras interagem de forma mais significativa do que as youtubers não negras, o que não interfere no alcance dos canais, visto que as youtubers negras possuem dados de alcance inferior às youtubers não negras. Observamos que mesmo podendo atingir todas as mulheres, as falas das youtubers negras podem ser entendidas com enfoque na questão racial, enquanto isso, identificamos um discurso universal do 'ser mulher' nas falas das youtubers não negras, fator que pode contribuir para o alcance expressivo.


Discussing under the intersectional bias, the article seeks to expose the problem of media invisibility of black women youtubers within the context of participatory culture. We identified and observed channels of female youtubers from the cut of the themes of feminism and female empowerment, and we conducted a descriptive study with quantitative and qualitative approach, analyzing the approximations and distances of the channels from the reach, interaction and thematic categories. It is concluded that black youtubers interact more significantly than non-black youtubers, which does not interfere with the range of the channels, as black youtubers have lower range data than non-black youtubers. We note that even though it can reach all women, the black youtubers' speeches can be understood with focus on the racial issue, meanwhile, we identified a universal discourse of 'being a woman' in the non-black youtubers speeches, a factor that can contribute to the expressive reach.


Discutiendo bajo el sesgo interseccional, el artículo busca exponer el problema de la invisibilidad mediática de las youtubers negras en el contexto de la cultura participativa. Identificamos y observamos canales de youtubers mujeres a partir del corte de los temas del feminismo y el empoderamiento femenino, y realizamos un estudio descriptivo con enfoque cuantitativo y cualitativo, analizando las aproximaciones y distancias de los canales desde el alcance, la interacción y las categorías temáticas. Se concluye que las youtubers negras interactúan de manera más significativa que las youtubers no negras, lo que no interfiere con el rango de los canales, ya que las youtubers negras tienen datos de rango más bajos que las youtubers no negras. Observamos que, aunque puede llegar a todas las mujeres, los discursos de las youtubers negras se pueden entender con un enfoque en el tema racial, mientras que identificamos un discurso universal de 'ser mujer' en los discursos de las youtubers no negras, un factor que puede contribuir al alcance expresivo.


Subject(s)
Humans , Power, Psychological , Feminism , Black People , Gender Equity , Intersectional Framework , Women , Epidemiology, Descriptive , Webcast , Video-Audio Media , Social Media , Racism
19.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 19(2): 445-463, maio-ago. 2019. tab
Article in Portuguese | INDEXPSI, LILACS | ID: biblio-1010273

ABSTRACT

Neste trabalho, analisamos as narrativas de mulheres negras sobre seus cabelos, nos cuidados e apresentação dos mesmos, que trazem suas experiências e reflexões sobre como essas (trans)formaram suas identidades. As falas analisadas foram recolhidas de blogs e portais de notícias, disponíveis na Internet, em textos dedicados a discutir relações raciais, racismo, estética negra e feminismos negros. Para a análise, tomamos como referencial teórico os trabalhos de autoras/es que discutem questões raciais e processos de produção da identidade. Na análise do material foi possível pensar, a partir dos olhares dessas mulheres, seus processos de subjetivação desde a infância, na relação com as gerações mais velhas e o cuidado estético cotidiano. Em suas narrativas, dialogadas com referências teóricas que discutem processos de produção de identidade, bem como relações étnico-raciais, emergem experiências atravessadas por episódios explícitos e sutis de racismo. Os resultados apontam para a necessidade de uma maior interlocução da Psicologia com referenciais feministas e anti-racistas na teorização de processos de subjetivação de mulheres negras.(AU)


In this work, we analyze the narratives of black women on their hair, selfcare practices and appearence, which bring their experiences and reflections on how these (trans)formed their identities. The speeches analyzed were collected from blogs and news portals, available on the Internet, in texts dedicated to discuss racial relations, racism, black aesthetics and black feminisms. For the analysis, we take as theoretical referent the work of authors that discuss racial issues and processes of identity production. In the analysis of the material it was possible to think, from the perspective of these women, their processes of subjectivation since childhood, the relation with the older generations, and the daily aesthetic selfcare. In their narratives, dialogued with theoretical references that discuss processes of production of identity, as well as ethnic-racial relations, emerge experiences crossed by explicit and subtle episodes of racism. The results point to the need for a greater interlocution of Psychology with feminists and anti-racists references to theorize the processes of subjectivation of black women.(AU)


En este trabajo, analizamos las narrativas de mujeres negras sobre sus cabellos, en los cuidados y presentación de los mismos, que traen sus experiencias y reflexiones sobre cómo estas (trans) formaron sus identidades. Las palabras analizadas fueron recogidas de blogs y portales de noticias, disponibles en Internet, en textos dedicados a discutir relaciones raciales, racismo, estética negra y feminismos negros. Para el análisis, tomamos como referencias teóricas los trabajos de autoras/es que discuten cuestiones raciales y procesos de producción de la identidad. En el análisis del material fue posible pensar, a partir de las miradas de esas mujeres, sus procesos de subjetivación desde la infancia, en la relación con las generaciones más viejas, y el cuidado estético cotidiano. En sus narrativas, dialogadas con referencias teóricas que discuten procesos de producción de identidad, así como relaciones étnico-raciales, emergen experiencias atravesadas por episodios explícitos y sutiles de racismo. Los resultados apuntan a la necesidad de una mayor interlocución de la Psicología con referencias feministas y antirracistas en la teorización de procesos de subjetivación de mujeres negras.(AU)


Subject(s)
Humans , Female , Racism/psychology , Hair , Women/psychology , Feminism
20.
Psicol. rev ; 28(1): 103-124, jun. 2019. ilus
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1016055

ABSTRACT

O crescente acesso de mulheres negras à educação superior no Brasil ainda não permitiu suplantar as desigualdades, a população branca ainda é duas vezes maior que a população negra nesses espaços. Neste contexto, os estudos que investigam a relação da mulher negra com o trabalho de estudar são incipientes. O presente artigo teve como objetivo identificar, sob a ótica da psicodinâmica do trabalho, a dinâmica de prazer e sofrimento e as estratégias de mediação de estudantes negras de graduação. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 8 mulheres estudantes de graduação que se identificaram como negras, com média de idade 21,62 anos e DP = 2,82. Por meio de análise no software Iramuteq, foram identificadas categorias a respeito da vivência dessas mulheres negras, sendo elas sua rede de suporte, a ocupação do espaço universitário, sua rotina acadêmica e as experiências com os racismos sofridos. A partir dessas categorias, foi possível identificar: o epistemicídio e racismo institucional que ocorrem quando a presença na universidade e conhecimentos da população negra não são legitimados; a importância da valorização e do reconhecimento dos familiares e a potencialidade de se engajar em mobilização subjetiva e coletiva por meio da ocupação de espaços públicos e cooperação entre pares.


The increasing access of black women to higher education in Brazil has not yet led to the end of inequality. The white population is still three times larger than the black population in this area. In this context, studies that investigate the relationship between black women and academia are incipient. The present article aimed to identify, from the perspective of work psychodynamics, the dynamics of pleasure and suffering and the mediation strategies of undergraduate black students. Semi-structured interviews were conducted in 8 undergraduate women who identified themselves as black, with an average age of 21.62 years and SD = 2.82. Through analysis in the Iramuteq software, categories were identified regarding the experience of these black women, being their network of support, the occupation of the university space, their academic routine and the experiences with the racisms suffered. From these categories, it was possible to identify: the epistemicide and institutional racism that occur when the presence in the university and knowledge of the black population are not legitimized; the importance of appreciation and recognition of family members and the potential for engaging in subjective and collective mobilization through the use of public spaces and peer cooperation.


El acceso cresciente de mujeres negras a la educación superior en Brasil aún no ha permitido suplantar las desigualdades, la población blanca aún es trés vezes mayor que la población negra en estos espacios. En este contexto, los estudios que investigan la relación de la mujer negra con el trabajo que significa estudiar, son incipientes. El presente artículo tuvo como objectivo identificar, bajo la óptica de la psicodinámica del trabajo, la dinámica de placer y sufrimiento, y las estrategias de mediación de estudiantes negras de pregrado. Se realizaron entrevistas semiestructuradas en ocho mujeres estudiantes de pregrado que se identificaron como negras, con edad promedio de 21,62 años (DT = 2,82). Por medio de análisis en el software Iramuteq, se identificaron categorias acerca de la viviencia de estas mujeres negras, sendo ellas su red de apoyo, la ocupación del espacio universitario, su rutina académica y las experiencias con lo racismo sufrido. A partir de esas categorias, ha sido possible identificar: el epistemicidio y racismo institucional que ocurren cuando la presencia en la universidad y los conocimientos de la población negra no son legitimados, la importancia de la valoración y del reconocimiento de familiares y la potencialidad de involucrarse en mobilización subjetiva y colectiva por medio de la ocupación de espacios públicos y cooperación entre pares.


Subject(s)
Humans , Female , Students , Universities , Women , Black People , Women, Working , Work/psychology , Ethnic Violence , Race Factors
SELECTION OF CITATIONS
SEARCH DETAIL